terça-feira, 17 de maio de 2011

Intervenções Parte III: Ocitocina.

O que é?
          É um hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado na neuroipófise, e tem a função de promover as contrações uterinas durante o trabalho de parto e na ejeção do leite durante a amamentação. Mas não atua somente nesses casos: Há estudos que indicam que a ocitocina está intimamente ligada ao desejo sexual e ao orgasmo, uma vez que os níveis desse hormônio atingem picos durante o orgasmo de até 40% mais altos que os níveis normais.
               A atuação desse hormônio no trabalho de parto depende de receptores presentes no útero. Quando inicia a gravidez, não existem receptores no útero para a ocitocina. Estes receptores vão aparecendo gradativamente no decorrer da gravidez. Quando a ocitocina se liga a eles, causa a contração do músculo liso uterino e também, estimulação da produção de prostaglandinas, pelo útero, que ativará o músculo liso uterino.
          A ocitocina materna atravessa a placenta e entra no cérebro do bebê durante o trabalho, agindo para proteger as células cerebrais fetais “desligando-as” (o cérebro do recém-nascido é bem mais resistente à ausência de oxigênio quando seus neurônios estão adormecidos graças ao hormônio materno) e diminuindo o consumo de oxigênio em um momento em que os níveis de O2 disponíveis para o feto são naturalmente baixos. Portanto, o hormônio materno prepara o feto para o parto, aumentando a resistência dos tecidos à falta de oxigênio e ao trauma do nascimento.
               Porém há a ocitocina sintética, utilizada para induzir o trabalho de parto quando este ainda não ocorreu, ou quando o médico avalia que o processo está muito demorado utilizando a ocitocina para acelerar o processo. Porém, será mesmo que esta avaliação é correta? Quando o uso da ocitocina é indicado?
Indicações para Indução do Parto:
  • Rotura prematura das membranas
  • Comprometimento fetal em potencial (CIUR acentuado, sofrimento fetal crônico)
  • Condições maternas (diabetes tipo I, doenças renais, patologia pulmonar, hipertensão específica da gestação e hipertensão crônica)
  • Síndrome anti-fosfolipídica
  • Suspeita clínica de corioamnionite
  • Descolamento prematuro da placenta e morte fetal

Quais os Riscos do uso da Ocitocina Sintética?
           Hormônios sintéticos podem interferir na rede hormonal e interromper o encadeamento fisiológico e a seqüência do parto. Hormônios sintéticos causam efeitos físicos em determinada parte do corpo, mas não atuam no comportamento como os hormônios produzidos pelo próprio cérebro, além de possuírem uma ação isolada, não sendo regulados de acordo com o que está acontecendo no resto do corpo da mãe e do bebê.
            Quando é ministrada ocitocina sintética a uma mulher durante o trabalho de parto, o número de receptores de ocitocina no útero é reduzido pelo corpo para prevenir uma estimulação em excesso. Isso significa que a mulher tem maiores riscos de hemorragia pós-parto, pois sua própria liberação de ocitocina, crítica nesse momento para contrair o útero e prevenir a hemorragia, será inútil devido ao baixo número de receptores.
          A ocitocina sintética também não tem a capacidade de atravessar a parede placentária, e não atingirá o organismo do bebê. Esse fato deverá trazer algumas consequências adversas para o recém-nascido já que o consumo de oxigênio em seu cérebro não irá diminuir.
Outros Riscos:
  • Taxa aumentada de parto vaginal operatório
  • Parto cesário
  • Atividade uterina excessiva
  • Rítmo cardíaco fetal alterado
  • Rotura uterina
  • Intoxicação hídrica materna
  • Parto prematuro iatrogênico
  • Possibilidade de prolapso de cordão umbilical durante a amniotomia

Conta-Indicações
  • desproporção cefalopélvica
  • apresentação anormal (bebê pélvico ou podálico)
  • distensão excessiva do útero (exemplo em gravidez múltipla, hidrâmnios)
  • paridade maior que 4
  • multíparas mais idosas
  • após operação cesariana ou outra cirurgia envolvendo o útero
  • toxemia grave
  • predisposição a embolia amniótica (feto morto retido, abruptio placental)
  • contrações hipertônicas
  • placenta prévia

Fontes:

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